Podemos dizer que a ousadia do experimentalismo poético não estacionou no Concretismo. As experiências prosseguiram e continuam até os nossos dias com resultados surpreendentes. A partir da década de 70, no Brasil, os poetas visuais surgem timidamente, promovendo as suas primeiras exposições e publicações alternativas. Com o passar do tempo, inúmeros adeptos se integram ao movimento do poema visual e cada um manifesta a sua arte utilizando-se dos recursos mais variados: xerografia, computador, holografia, vídeo, cartazes impressos, laser, cartões postais, selos, etc. A temática explorada, em sentido universal, é o homem e seu estar-no-mundo. Em caráter particular, o Brasil, exploram-se a incompetência da política nacional, a miséria, a dívida externa, a ilusão da loteria, o dilema humano da energia atômica, o conflito psicológico do ser e os temas eróticos. O poema visual caracteriza-se por valorizar a imagem como entidade universal. A palavra, no caso, é um apêndice muito bem explorado e colocado, compondo um todo harmônico capaz de permitir ao "vleitor" - aquele que lê e vê ou só vê - uma infinidade de leituras, de acordo com o nível do seu conhecimento, experiência, cultura e escolaridade. O poema visual, no Brasil, encontra eco em algumas raras publicações, principalmente as alternativas que abrigam trabalhos de poetas como Joaquim Branco, Márcio Almeida, Marcelo Dolabela, Sebastião Nunes e Hugo Pontes (MG); Paulo Bruscky (PE),;Fred Maia, Philadelpho Menezes e Constança Lucas (S); Maynand Sobral (CE); Ricardo Alfaya e Amelinda Alves, Moacy Cirne (RJ), Gilberto Mendonça Teles; Rubervan du Nascimento (PI); Hugo Mund Júnior (SC); Falves Silva, Avelino de Araújo, J. Medeiros e Bianor Paulino (RN); Sérgio Almeida (PR). As publicações existentes, hoje, voltadas para o poema visual são a página ComunicARTE, do Jornal da Cidade de Poços de Caldas-MG, Revista Dimensão de Uberaba-MG e o Suplemento Cultural "Garatuja", de Bento Gonçalves-RS. Minas tem muita história para contar sobre o poema visual, pois aqui está um dos núcleos mais vigorosos e consistentes dessa manifestação.
POEMA VISUAL
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